A partir de Março o Distrito Urbano do Sambizanga passará a contar com um projecto que vai promover músicos e diferentes disciplinas artistícas. A iniciativa denomina-se Sambizanga Ritmo e Poesia e pretende “resgatar a mística” do distrito.
Além do ciclo de espectáculos que dará voz e vez à arte engajada, terá ainda o “Roque Santeiro Cultural”, uma feira anual onde serão expostos e vendidos livros, discos, peças de artesanato, artes plásticas etc..
Trovadores, slammers, actores, escritores e poetas poderão também ser contemplados.
A Carga conversou com o adminitrador daquele distrito urbano. Orlando Paca falou das razões da criação do projecto e explicou sobre como vai funcionar.
É algo de que sempre pensou ou o projecto acabou por nascer assim que constatou as necessidades do distrito?
A iniciativa surge para promover cada vez mais a cultura nacional no Distrito Urbano do Sambizanga, com maior incidência na literatura e na música. Mais do que entreter, foca-se no valor pedagógico das artes, aproximando os munícipes a conteúdos artísticos que melhor estimulam a sensibilidade e desenvolvem o senso crítico de quem aprecia. Através do debate pretendemos analisar a produção literária nacional, estreitar laços entre leitores e escritores, e despertar nos munícipes o gosto pela leitura. Outrossim, é nosso objectivo trazer ao Sambizanga referências da música, das belas artes, etc.
O projecto é um desejo antigo, mas que ganhou força depois de constatarmos a ausência de um movimento artístico-cultural sólido e constante no Distrito que já viu nascer grandes artistas.

Está à frente de uma circunscrição que é o berço da arte engajada. A iniciativa vem como uma espécie de resgate da mística do distrito?
Sim, claro. A mensagem carregada de simbolismo é algo que sempre caracterizou músicos, grupos carnavalescos e outros artistas ligados ao Sambizanga. Grupos e artistas que, mais do que entreter, preocupavam-se em reflectir sobre a nossa angolanidade e fenómenos ligados à nossa sociedade.
Porquê diz isso?
Mais do que proporcionar entretenimento, é importante que as artes conservem a nossa idiossincrasia e sejam capazes de moldar consciências, transformar positivamente os nossos cidadãos para que estejam preparados e a altura dos desafios que o Distrito e o País nos apresentam.
O Sambizanga Ritmo & Poesia compreende a literatura, música e a poesia falada. Em termos práticos. Como é que estes eventos estarão a acontecer?
Numa primeira fase o projecto será materializado por meio de dois eventos culturais dialogantes, nomeadamente:
“Sambila Leitor”, que é um clube de leitura onde os amantes do livro encontrar-se-ão para debater e analisar obras literárias. Grande parte dos debates contará com a presença de escritores convidados. E o “Diálogo Acústico”, um concerto intimista em voz e violão cujo palco visa dar espaço e voz a músicos, trovadores e slammers.
Há uma segunda fase?
Sim. A segunda fase o projecto só será materializada mais tarde, através do evento denominado “Roque Santeiro Cultural”. Trata-se de uma feira anual onde teremos expostos e disponíveis para venda: livros, discos, artesanato, artes plásticas e materiais de outras disciplinas artísticas. Vai contar também com debates sobre artes, música e teatro.
Que escritores, poetas e músicos podem integrar e como fazer para participar do projecto?
O nosso projecto é inclusivo, todos os artistas terão voz e espaço. Os artistas do distrito que queiram se apresentar nos eventos, deverão contactar o Gabinete de Comunicação Institucional e Imprensa da Administração do Distrito Urbano do Sambizanga.
Pretendem arrancar em Março . Neste momento, em que pé está o projecto?
O projecto está a caminhar na velocidade desejada. Nesse momento estamos em fase de pré-produção. A reunir as condições necessárias para a materialização dos eventos.