Nascido aos 17 de Setembro de 1922, em Caxicane, aldeia banhada pelas águas do rio Kwanza, na região de Catete em Ícolo e Bengo, a 60km de Luanda. A data foi consagrada como Dia do Herói Nacional em 1980, pela então Assembleia do Povo, um ano após o seu falecimento, dia 10 de Setembro de 1979, na antiga União das Republicas Socialistas Soviéticas.
Em alusão ao 99ª aniversário natalício do patrono da Nação, várias actividades vêm sendo realizadas desde o dia primeiro de Setembro, mas é em Menongue que acontece hoje o acto central do 17 de Setembro, presidido pela ministra de Estado para a Área Social, Carolina Cerqueira, sob o lema “Com os ideais de Neto, Honremos a Pátria Angolana”.
Mais do que um homem da política, o Fundador da Nação é hoje relembrado pelo lado humanista, como poeta maior e sobretudo, um homem de artes.
Actividades Complementares da Exposição `António Agostinho Neto na Primeira Pessoa´ patente no Belas Shopping até ao dia 30 de Setembro
Dia 18: Palestras sobre a vida e obra de Agostinho Neto
Dia 19: Recital de poesia e trova
Dia 11: Recital com canto Coral
Dia 25: Recital Instrumental com a Academia Yellen
Sobre António Agostinho Neto
Envolvido desde muito cedo com movimentos estudantis revolucionários, foi voz activa contra a política colonialista onde destacou-se a nível internacional. A sua dedicação à causa de libertação dos povos africanos da supremacia europeia acompanhou-o até ao final da sua vida e conduziu-o aos mais diversos palcos políticos internacionais para fazer da sua voz, a voz dos povos oprimidos.
Além de concluir o curso do liceu com elevada classificação, foi estudante da Faculdade de Medicina da Universidade de Coimbra onde conheceu Lúcio Lara, que foi o seu companheiro de trajectória. Neto foi também membro fundador do Centro de Estudos Africanos em conjunto com Amílcar Cabral, Mário Pinto de Andrade, Marcelino dos Santos e Francisco José Tenreiro.
Devido à sua tenacidade e participação activa nos movimentos estudantis foi preso diversas vezes pela PIDE, dando origem a campanhas internacionais de solidariedade para a sua libertação. Esta manifestação vai ser fortemente reprimida causando a morte de 30 pessoas e mais de 200 feridos, passando a ser conhecido como “o massacre de Icolo e Bengo”. Em consequência desta agitação vai ser transferido para Lisboa e depois é deportado para Cabo Verde em Outubro do mesmo ano.
A sua influência a nível internacional cresceu na década de 60, onde teve a oportunidade de participar em diferentes conferências em Tunes, Léopoldville, Adis Abeba (conferência constitutiva da OUA), Brazzaville, Paris, Genebra (Congresso Mundial da Paz e OIT) entre outras. Na década de 70 liderou as actividades políticas e de guerrilha do MPLA e o processo de descolonização (1974/75) a partir de Argel e Brazzaville até ao seu regresso a Angola para a proclamação da independência em Novembro 1975 e assumir as funções de 1º Presidente da República Popular de Angola.
A vida política de Agostinho Neto intensificou-se forçando-o a dividir o seu tempo entre a família e a política até ao dia da sua morte a 10 de Setembro, por complicações durante uma cirurgia a um cancro do fígado, em Moscovo.