Fundada há 45 anos, a seguir a independência de Angola, por escritores angolanos, encabeçados por António Agostinho Neto -primeiro presidente de Angola-, a UEA é das mais antigas instituições culturais do país e está a atravessar momentos difíceis.
A crise na União dos Escritores Angolanos não é de hoje. Muito antes da pandemia, a instituição de carácter pública já se debatia com problemas de ordem financeira, mas as coisas agudizaram-se ultimamente.
Após reatar as actividades culturais há menos de duas semanas com debate sobre “A Festa dos Porcos”, livro de Dias Neto, no espaço “Maka à Quarta-Feira”, o secretário-geral da UEA lançou um grito de socorro, alertando que a instituição está à beira da falência.
Em causa, apontou David Capelenguela, estão os problemas financeiros, pois, durante o período pandémico, as contas da “casa dos escritores angolanos” complicaram-se.
Fontes próximas da instituição informaram à Carga que, a UEA já está falida, faltando apenas a direcção assumir publicamente. “Aí já não há nada. As quotas pagas pelos membros é irrisória e o governo abandonou-nos há anos”, disse.
Com saldos negativos e trabalhores a pagar, a fonte lamentou e disse ser uma vergonha o que se está a viver na instituição fundada por intelectuais como Agostinho Neto, Luandino Vieira, Arnaldo Santos, António Jacinto, Unhenga Xitu entre outros.
A UEA comporta vários espaços divididos em biblioteca, jangos, cyber café, postos editoriais, auditório, sala VIP “Uahenga Xitu” e foi criada para:
Promover a defesa da cultura angolana como património da Nação;
Estimular os trabalhos tendentes a aprofundar o estudo das tradições culturais do povo angolano;
Incentivar a criação literária dos seus membros;
Propiciar a revelação de novos escritores, orientando os seus esforços e dando-lhes o necessário apoio;
Fortalecer os laços com a literatura e as artes dos outros Povos Africanos.