Os Filipes (Mukenga e Zau) foram homenageados, dois “monstros”, de nomes que atravessaram o oceano e levaram a angolanidade além-fronteiras. Seres que partilharam palcos com os melhores do mundo e inspiraram gerações. Foram homenageados vivos, desfrutaram da homenagem e é assim que deve ser na maior parte das vezes.

O momento foi Filipes, mas não brilharam sozinhos. Os sucessos da dupla foram interpretados “brilhantemente” por outros artistas, como foram os casos de Mister Kim, Jay Lourenzo, Bavy Jackson e Gari Sinedima.
Num evento de muitas surpresas, duas se sobrepuseram as outras. Eduardo Paím e Maya Cool cantaram “Rosa Baila” e “Boca Azul”, respectivamente. Dois grandes sucessos cuja composição é da autoria de Filipe Zau, informação que para muitos foi uma novidade.
Lágrimas de emoção
Todos os intérpretes estiveram muito bem, mas um em particular chamou atenção de Filipe Mukenga ou seja mexeu com a estrutura emocional do kota, deixando-o em lágrimas. Trata-se de Jay Lourenzo que interpretou “Ndilokeva” com tanta paixão, que parecia ser o próprio Filipe.
Homenagem “viva”
Durante o show teve o momento das homenagens, em que os dois “Filipes” subiram ao palco. Na ocasião, receberam cada um quadro do projecto Show do Mês e foram aplaudidos de pé, num gesto considerado por Filipe Zau como mais altruísta de todos.

É graças a vocês que somos o que somos, por isso quero agradecer de coração o carinho que têm por nós.
Informou que em 42 anos de carreira nunca tinham sido homenageados, enaltecendo o gesto da Nova Energia. “É a primeira vez que somos homenageados e a iniciativa vem da sociedade civil. Estamos muito gratos”, frisou em nome da dupla, visivelmente emocionados.
A história do show
O concerto começou com uma pequena homenagem a Kueno Aionda, músico falecido em Fevereiro. A banda do Show do Mês introduziu no “intro” extractos da música “Tu vives em mim”, criando um ambiente comovente.
“O canto da sereia” foi o primeiro tema interpretado, um instrumental que deixou a sala extasiada, seguindo-se músicas como “Domingas Kanhary”, “Umbi Umbi”, entre outras, até ao meio evento, momento em que Filipe Zau fez maior parte da plateia regressar à infância, com dois dos maiores sucessos infantis de todos os tempos (Grilo e Ilha da Fantasia), com participação de Alice Berenguel no primeiro e Kizua Gourgel no segundo.
O evento encerrou com um adeus a Luanda, com Gari Sinedima a interpretar a música “Eu vi Luanda”, tema que retrata a história de um rapaz de Cabinda que experimentou a vida na capital, mas, apesar da beleza, afastou-se optando pelo mar.