A figura que muitos vêem hoje a atrair atenções do público e animar grandes palcos espelha bem as suas referências musicais desde a infância. Yuri da Cunha considera estar a viver tudo quanto almejou quando mais novo, mas não se atreve a afirmar que tem a reforma garantida, por vários factores.
Há muito o músico vem assumindo a responsabilidade de principal “ponte da passagem de testemunho geracional” do Semba, e isto justifica a preocupação com a sua e a reforma dos outros artistas.
Tal como lhe chegam hoje mares de elogios, o “intérprete” acredita que músicos como Marito, Massano, Teta Lando também terão recebido muitos elogios, e hoje pouco ou nada se fala sobre eles.
Por esta e outras razões, admite que esteja a viver todos os sonhos que teve quando mais novo, mas não considera ter a reforma garantida.
“Falando propriamente do kota Marito, não sei se ele teve problemas com alguém, se discutiu com quem não devia… Porque não é normal um ícone dessa dimensão e até hoje ainda a passar pelo que passa”, lamenta em uma recente entrevista ao Jornal de Angola edição imprensa.
O músico resumiu suas influências musicais, carreira, direitos autorais, reforma e união na classe, numa recente entrevista ao Jornal de Angola, edição imprensa.
Sobre a garantia da sua reforma, uma vez que é visível o seu sucesso, o artista admitiu que, apesar de ganhar mais, tal como os demais angolanos, também lida com questões de água e luz, mas ama a sua terra e, embora tenha várias possibilidades de adquirir a nacionalidade portuguesa, nunca pensou nisso.
“(…) É normal que eu tenha ganho mais, mas eu também gasto muito mais” (…) Há vezes em que, de repente, tens de assumir o problema da luz que foi e tens de comprar um gerador. Já mexes num dinheiro que servia para a música. De repente, tens de comprar todos os dias repelentes para afugentar moscas e mosquitos. Depois, como é o meu caso, a água na minha casa não corre e tenho de comprar de cisternas. Eu vivo aqui e vou tentar ao máximo viver aqui. Eu podia ter nacionalidade portuguesa, não adquirida, através de parentes, mas também pelo facto de ter passado um bom tempo em Portugal. Mas nunca tive. Hoje, com essas dificuldades do presente, é normal pensar em ter. Para mim, enquanto artista, ajuda na facilidade de viagem e fazer coisas, e bem ou mal, a sociedade portuguesa defende os portugueses.”.