Afortunado pelo seu barítono, Letus é um músico que apresenta-se como completo, de essência “jazzier” mas com forte angolanidade e, prova-o na flexibilidade com que interpreta os timbres agudos e graves.
De versatilidade, a rica voz não é tudo que tem a oferecer e quem acompanhou o Unitel Estrelas ao Palco, bem como o Estrelas ao Palco Vencedores já percebeu que o artista em questão, é consistentemente capaz de dar boa música, independentemente do estilo.
O seu alcance artístico começa como vocalista e intérprete, assume o papel de director artístico e de produtor quando o assunto é fazer música, seja no estúdio ou em preparação para o palco. E, também gosta de dar aulas de canto, tal como refere na sua apresentação.
Apesar da escassez de músicas da sua autoria disponíveis, apenas cinco até agora, o artista oriundo da província da Huíla, esteve em destaque nas duas últimas edições do Show do Mês, onde deixou mais uma vez o seu registo profundamente qualitativo deixando o “vislumbre” que uma ascensão meteórica o aguarda.
Numa conversa breve e sucinta, o artista falou-nos sobre o alçar de novos voos após a participação no Estrelas ao palco e faz um balanço positivo da exposição que isto gerou.
Apesar de já ter alguma estrada, como se apresentaria para o grande público?
Como o Letus sempre versátil, com inovação artística, músicas novas, e também com uma versão diferente do que pessoal viu no concurso acentuado na variedade de estilos musicais.
Até ao momento, quando considera que foi mais e menos visto, na 1º edição do concurso Unitel Estrelas ao Palco ou no Estrelas ao Palco Vencedores?
Acredito que mais no Estrelas ao palco vencedores, porque decorreu na fase pandémica, as pessoas estavam em casa e mais ligadas à televisão, e a dinâmica do concurso foi totalmente diferente e inovadora.
Quais os frutos que já colheu desta exposição?
Um fruto bom é a visibilidade que me proporciona, com mais convites e trabalhos e o reconhecimento como artista, dentre outras coisas boas.
Assume-se como um “jazzier“, vem de certa forma reintroduzir este estilo para a geração jovem actual. Não é propriamente o estilo mais comercial, este dado é indiferente para os seus objectivos dentro da música?
Tenho o Jazz como o ABC da minha natureza musical, mas não pretendo uma carreira totalmente Jazz, pois precisaria também de estudar mais para me rever mais no estilo, mas continuarei a carregar comigo essa alma de modo a inovar a nossa música.
Cada vez vai tendo mais aparições, como foi o caso do Show piô com convite extensivo para o show do mês `Mamã África ́. Está satisfeito pela boa desenvoltura que tem tido?
Estou muito satisfeito, por duas oportunidades consecutivas nessa super plataforma cultural musical e sinto-me muito lisonjeado por fazer parte dessa homenagem e fazer parte dos artistas selecionados para levar a boa música da nossa mãe África para todos.
Vai usar esta boa fase para disponibilizar trabalhos inéditos ou apenas continuar a promover a sua imagem?
Queremos trabalhar em tudo, vamos sim aproveitar essa fase para disponibilizar trabalhos, enquanto isso também trabalhamos para manter a imagem.
Sabemos que é um vocalista e intérprete multifacetado: assume o papel de director artístico, produtor e até dá aulas de canto. Decerto que uma coisa complementa a outra, mas o que mais lhe dá prazer em fazer?Tenho muito prazer em fazer música, não há distinção, creio eu serem apenas especialidades diferentes combinadas e todos os componentes envolvidos no mesmo mundo (música). A alma é a mesma.
Actualmente é um artista independente?
Não estou associado a nenhuma produtora. Mas tenho compromissos artísticos, de agenciamento, pubstreaming e uma equipa com quem tenho trabalhado.
Na sua óptica, qual seria a produtora certa para atingir os seus objectivos?
Não sei ao certo, nós (a minha equipa e eu) temos analisado… O nosso mercado ainda não tem indústria musical como tal, e tem uma gestão algo complexa no trato e posicionamento. Veremos…
No que toca a composições, qual é o debate que pretende iniciar com a sua música?
Tenho muitas ideias mas é tudo um processo selectivo, que acaba por ser também uma decisão coletiva e de influência, mas acredito que falaremos sempre de amor e sobre o que inspira o quotidiano.
Já agora, que novidades ainda teremos este ano sobre si?
Músicas novas bonitas com vídeos e participações de outros artistas.
Onde e como se vê daqui a cinco anos?
Quero sempre ver-me nos palcos onde a minha música agrade e seja reconhecida. O trabalho e a disciplina deverão definir o progresso, mas acredito que se continuarmos nesse ritmo e somarmos outros ingredientes poderemos elevar a musicalidade do Letus ao patamar internacional e mais além.