O surgimento de Enock em 2013 reanimou o Rap nacional ao introduzir abordagens pontuais. O seu tema “Banzelo”, com Ready Neutro e Fabiansky”, colocou-o entre os melhores, contudo, é com o primeiro álbum que quer inscrever o seu nome na montra do Hip Hop angolano, mas não quer fazer isso sem antes medir a popularidade. Por esta razão, vai colocar no mercado uma nova mixtape. O rapper criou uma produtora e fala à Carga dos ganhos que tem obtido com a música.
Depois das mixtapes Mundo Pablo & Operação Arrastão, Mesmo Trono Novo Dono. O que tem estado a preparar em plena pandemia?
Estou a preparar o álbum da CombinaSons, que é a minha produtora, o meu álbum intitulado “O Depoimento” e a Mixtape Mundo Pablo 2, que estará disponível no dia 18 de Outubro deste ano.
É comum no seio dos rappers abrirem a carreira com mixtapes, seguido de trabalho de originais. Quando é que pensa lançar o seu álbum?
O meu álbum estará disponível em 2021. É algo de que venho a trabalhar há 3 anos.
Quantas músicas possui neste momento e quais serão as participações?
Está a 60% pronto, feliz ou infelizmente sou perfeccionista e não paro de fazer alterações.
Gostaria de ter o Justin Weely, Totó, Júnior Zy, Rui Orlando, Phay Grande O Poeta, Itary, Anselmo Ralph, Belo, Elber, Yola Semedo e Rick Baby
Recentemente disponibilizou um novo single. Que outras músicas vai disponibilizar ainda este ano?
Sim, depois do meu último single “Propósito Ft. Justin Weely”, vou lançar o single “Betinho”, mais outro que a produtora ainda não decidiu e a seguir sai a mixtape com 14 faixas.

O seu hit “Banzelo” tornou-se uma marca, aliás, há uma produtora com este nome. O quê que conseguiu com esta música?
A minha música “Banzelo” revolucionou o RAP angolano. A produtora Banzelos pertence a Liano Lemos, dono da primeira marca de shishas Nacional com o mesmo nome, e fui embaixador por 2 anos. Consegui neste caso tal contrato, realização do projecto XL Cypher, com o meu amigo e parceiro XL, reconhecimento, credibilidade mercado, dinheiro e fãs
Detém os royatities. Ganhou alguma coisa com isso?
A produtora foi aberta após a recisão do meu contrato como embaixador da marca de shishas, então não possuo ganhos sobre ela
Conte-nos lá como foi a ligação com a Banzelo Nation.
Na verdade, foi com a Banzelos Shisha, o Liano Lemos sentiu o impacto da minha música “Banzelo Ft. Ready Neutro e Fabiansky”, e falou com um amigo que temos em comum chamado Aizen, que apresentou-nos, posteriormente fizemos a negociação.
As suas músicas parecem ser um louvor a vida boémia, sem retirar claro, a mensagem. Que tipo de apelo procura fazer nas suas canções?
Canto sobre o estilo de vida que um jovem como eu vive. Procuro sempre contar a minha história e algumas próximas, falar sobre realidades da nossa sociedade, passar motivação para outras pessoas, dentro ou fora do mundo dos negócios e arte.
Como sente que esta mensagem é interpretada?
Acho que é mal interpretada por alguns que acham que devia cantar sobre outros temas ou de outra forma, não percebida por outros quando sou profundo, mas é vista como luz, pois já mudou a vida de muita gente dando motivação pra seguir em frente ou até mesmo começar a cantar
O seu Rap parece ser uma mistura de Boom Bap com o Trap Soul. Como se define?
Normalmente faço o que sinto, sigo o que os beats e a minha alma dizem. Não sou muito de seguir tendências, então podia dizer que a minha musicalidade é peculiar!.
Em que lugar se coloca no Music hall nacional, especialmente no Rap?
Sinto que faço parte da revolução, inovação, exemplo de um rapper com sucessos e respeito.
Já é o espaço que quis ocupar?
Falta lançar mais projectos, artistas, fazer mais dinheiro e conseguir mais público.
Sei que detém também uma produtora. Como é ser produtor é músico ao mesmo tempo?
É difícil, mas o segredo está na gestão do tempo, partilha de oportunidades, conhecimento e experiência.
Como faz para conciliar as duas carreiras?
Na verdade, acho que não tenho conseguido ainda, tenho muitas funções e actividades fora a música. Preciso de abdicar definitivamente de algumas coisas e inverter prioridades
Que opinião tem sobre o Rap que se faz hoje em Angola?
Tem-se feito muito bom Rap, mas ainda não é o suficiente. Falta mais ambição, organização para conseguirmos ter rappers que ficarão realmente na história.