Kiari Flores acaba de confirmar que filho de peixe é peixe. O jovem abandonou o Sport Lisboa e Benfica, onde já evoluía como profissional, para seguir as pisadas do pai. Para além de cantar, é multi-instrumentista e já tem agendado o lançamento da obra de estreia. O curioso é que nem se inspira em Paulo Flores. Nesta primeira entrevista da carreira, o cantor fala dos seus objectivos.
Por que decidiu cantar?
Acho que todos os homens sonham em ser jogador de futebol, de basquetebol. Chegou uma altura que eu deixei tudo isso p’ra trás e decidi seguir o que realmente gostei. Que é o meu verdadeiro sonho, que é a música então eu decidi seguir.
Praticava basquetebol e até já evoluía para o profissional, não receia que a carreira musical não venha a dar certo?
Eu praticava basquetebol profissional no Sport Lisboa e Benfica até começar a cantar. Então chegou uma altura que eu tive que escolher, porque já tinha show e não conseguia conciliar as duas coisas.
Quando é que começar a acreditar nos seus sonhos?
Tudo começou há três anos como uma brincadeira com o meu irmão mais velho. Depois começou a ficar sério, o pessoal começou a gostar e eu continuei.
Filho de peixe peixinho é, conforme diz o adágio, quem escreve para si?As letras são minhas. Todas. Não gosto muito que me comparem, porque é uma responsabilidade muito grande, ao mesmo tempo é também um empurrão muito importante.
Por que razão decidiu seguir a carreira a solo e onde colocou Los Manitos?
Los Manitos é o grupo com o meu irmão mais velho. Pronto, foi aí onde começou tudo. Foi o meu irmão que me disse para eu começar a cantar e disse-me que eu cantava bem. Mas a dupla nunca vai deixar de existir. Não é só uma dupla faz parte da minha vida e, o facto de eu ser irmão dele, então Los Manitos não acabou.
Sei apenas que cantavam Afro House, nunca pensaram gravar algo mais sólido para marcar a trajectória de Los Manitos?
Tínhamos Afro House, Rap, Balada, Reggae. Cantávamos vários estilos. Nós temos muitas músicas gravadas, mas lançadas temos apenas oito. Nunca foi objectivo nosso levar a música a sério. O álbum não chegou a surgir, mas pode ser que venha.
Serei obrigado a insistir na pergunta quando e por que motivo decidiu levar a carreira a solo?
Foi mais ou menos a meio do projecto com o meu irmão, no início de 2019. Comecei a ter assim grades ideias para músicas. É uma conversa que temos tido em que cada um pode fazer algo fora da dupla. Acredito que. se eu puder fazer uma carreira a solo e ele também, um dia teremos grandes ideias e quando nos juntarmos sairá algo melhor.
Desde que canta sozinho quantas músicas já gravou?
A solo já tenho 12 músicas gravadas, falta só masterização e os vídeo clipes. Mas ainda não lancei nenhuma. É um projecto que estou a preparar, até acalmar esta situação do Covid-19 vou prosseguir.

Já começou a construir uma legião de fãs, quando é que os seus seguidores poderão ouvir as suas próprias músicas?
Em 2021. Farei 18 este ano, então 2021 surgirá um artista mais maduro e com mais cabeça.
Que estilos traz?
Estou muito focado no Afro Swing, que me permite buscar um bocado de tudo que eu já aprendi. Consigo conjugar o Semba pelo ritmo e pela forma de cantar, consigo juntar o rap e escrever também sobre coisas mais sérias. Nas 12 músicas tenho baladas, que é com voz e violão, tenho Swing, Rap. estou a preparar mais duas músicas, que são Kizomba, uma das quais terá a participação do Edgar Domingos.
Será também em 2021 que poderemos ter o EP?
Não tenho muita certeza sobre datas, só brevemente poderei responder a esta pergunta. Só lhe posso assegurar que teremos o primeiro single em 2021.
Para além de Edgar Domingos traz outras participações?
Por agora ainda não. Minhas letras são mais profundas. Não tanto do tema em si, mas por serem realidade. São coisas que aconteceram comigo. Então não quis meter ninguém senão tornava uma história fictícia.
Quer partilhar um pouco sobre o que narra nessas músicas?
Tenho histórias de amor que vi, sobre como ultrapassar essa fase e dar valor a outras coisas na vida.
Apresenta algo muito diferente do seu progenitor, afinal quem são as suas fontes de inspiração?
Prodígio é a minha grande fonte de inspiração e gostava de tê-lo nas minhas músicas. Também gostaria de ter participações do Kelson Most Wanted.
Está a dizer que não pensa em algum momento cantar Semba?
Claro que eu penso. Aliás é uma das maiores dificuldades que eu tenho de decidir quando devo fazer. Mas é como eu digo, sou um artista que gosta de viver muito de vibes. Não gosto de rótulos. Mas Semba Sinceramente farei. É o que eu gosto de fazer. É só uma questão de tempo. Tenho algumas ideias para a minha carreira, alguns segredos que ainda não posso revelar e isto envolve mito o Semba.
O que ainda não percebi foi por que razão não há participação de Paulo Flores em nenhuma das 12 músicas?
Trago uma vibe diferente, mas evidentemente ele irá entrar. É uma discussão que tenho de ter com ele.
Afinal o que almeja com a música e que mercado quer concentrar?
Quero chegar ao topo. Um dos grandes sonhos que eu tenho é cantar em Angola mesmo. Tudo depende de alguma editora ou produtora que queira fazer algo comigo. quero actuar no mercado português, angolano e todo o PALOP.