Chama-se Chelsea Dinorath, um nome que ainda não é sonante, mas a voz e as composições podem transformá-la numa das maiores referências do R&B em Angola. A jovem de 20 anos traz uma proposta musical com novas abordagens e já começa a fazer história com o suporte da produtora Chasing Dreams.
Como surge a música na tua vida?
Surgiu há muito tempo. Cresci numa família «de músicos». O meu avô sempre gostou muito de cantar. O meu pai idem. Tanto é que o meu pai sabe tocar todos os instrumentos musicais. Por isso é que eu só muito atenta com os instrumentos.
Desde quando é que está associada a produtora Chasing Dreams?
Canto há três anos, mas profissionalmente só dois. Associe-me à produtora há dois anos.
Qual é o estilo em que se revê
Me revejo em todos os estilos. Mas tenho como estilo base o R&B, e tento “fundi-lo” com vários estilos. Canto Kizomba, mas sempre com bases de R&B.
Actualmente quantas músicas tem gravadas?
Muitas. Devo ter já umas cinquenta e tal. Muitas… mas as que estão disponíveis são só três.
Alguma razão para isto?
Nós gostamos de trabalhar nas calmas, boa qualidade e bem feito. Há muita gente que lança, lança e lança, mas não acaba por promover como devia, portanto, queremos um trabalho de qualidade e bem feito.
E como avalia a repercussão das três músicas já lançadas?
Boas. Pelo menos para mim, se não fosse eu a cantar eu ia gostar muito de ouvir, porque são músicas que têm qualidade e conteúdo. Gosto de coisa que tanto adolescente como adulto ouvem e não encaram como algo chato. Não gosto de música que fica apenas no momento.
Como encara as músicas feitas por artistas da sua faixa etária, já que os teus conteúdos tocam tanto adolescentes como adultos?
A maior parte dos adolescentes da minha faixa etária cantam músicas muito imediatistas. Nem todo mundo está focado na mensagem que ela pode transmitir aos outros. A maior parte, esquece-se da sua essência. Eu não ouço muito música angolana. Não tenho como criticar todo mundo.
Como é possível não ouvir música de um mercado em que se quer enquadrar?
Eu disse que não ouço muita, mas eu ouço. Gosto da Pérola, Anna Joyce, Edmázia Mayembe.
Está a dizer que as tuas referências são externas ao nosso mercado?Não! Cá também tenho. Como já disse: Pérola, Anna Joyce… referindo-se a minha faixa etária, não ouço tanto, tanto a New School, porque é como se fosse a mesma coisa. Um canta que tenho, o outro também… Anna Joyce, Semedo, Anselmo Ralph e Cláudio Fénix são boas referência.
A maior parte dos adolescentes da minha faixa etária cantam músicas muito imediatistas. Nem todo mundo está focado na mensagem que ela pode transmitir aos outros.

Nessa fase inicial com que nome gostaria de trabalhar, pessoas que acha que dariam um up à sua carreira?
Angolanos? Angolanos hum… Lil Saint…
Porquê?
Por trazer bagagem. Eu gosto muito de músicas com conteúdos. Se a música em si me trouxer algo positivo, eu abraço.
Apesar de já ter afirmado que, “prefere trabalhar nas calmas”, quando é que pretende lançar o álbum?
Não sei dizer quando, porque acho ainda prematuro. Uma carreira de dois anos não se sente tanto, é tipo um bebé. Um EP talvez, mas agora não. Quero mesmo lançar músicas soltas para que as pessoas me conheçam melhor.
Que expectativa tem em relação a sua carreira?
Acho que a palavra que eu ponho assim à frente é reconhecimento. Porque antes do sucesso, antes da fama quero que as pessoas me reconheçam como artista. Porque é o que sou. Como alguém que canta bem e traz uma mensagem ao mundo.
Consegue medir o feedback?
Não é aquilo que as pessoas dizem uau, mas consegue-se notar que as pessoas gostam. Eu trago algo novo, que, de algum modo, desperta curiosidade. É complicado, mas é bom. Porque consigo notar quais os pontos em que estou a errar.