Os músicos profissionais vivem de concertos, seja de grande ou pequena dimensão, seja em Angola ou em qualquer parte do mundo. Com a pandemia do Coronavírus não há shows, logo não há trabalho, como vão “viver” os músicos neste período?
Os músicos renomados, com caches altíssimos, não entram nestas contas, pelo menos nesta fase, uma vez que presume-se que tenham o “pé de meia” preparado para situações do género, sendo que nem se quer são descontados pela segurança social ou seja recebem o dinheiro “limpo”.
Nas contas entram aqueles que, apesar do sucesso, têm pouco trabalho e sem grandes remunerações (tendo em conta a posição no mercado), os músicos de bar e quase todos instrumentistas. Estarão estes preparados para três meses ou mais sem trabalho?
Uns vão encontrando alternativas, fazendo shows pelo Youtube que poderá gerar algum, mas não de forma imediata. Neste caso, qual será a solução para este pequeno problema que poderá se tornar grande?
Este período menos bom leva-nos a velha questão de como os músicos gastam o seu dinheiro. Claro que cada um gasta como quer, mas não pode apontar o dedo ao Estado quando não tiver o que gastar.
Com alguma coerência, Anselmo Ralph, numa recente entrevista, reconheceu que durante um período fez má gestão das suas economias, mas foi a tempo de corrigir. Que sirva para os outros músicos, quer seja da velha ou nova geração que estão no activo, porque, ao contrário do Anselmo, podem não conseguir corrigir a tempo.
A UNAC deve começar a estruturar alternativas para os seus filiados (pode ser com a criação de um fundo, descontos automáticos ou seja lá o que for), hoje os Coronavírus, mas amanhã poderá ser outra situação. Que sirva de lição.