Com graves distorcidos e letras pesadas, já não há que olhe para o Kuduro apenas como um estilo de música, porque o género passou a traduzir o modo de vida, próprio da juventude nas zonas suburbanas.
A forma típica de se apresentarem, o léxico e a filosofia quotidiana de quem se dedica ao género, aos poucos, vão dando espaço a outras interpretações, deixando a “area” para ir romper o “asfalto”.
Foi com esta ideia que há nove anos nasceu o “I Love Kuduro”, um festival que acontecia, normalmente, nos dias 30 e 31 de Outubro na Filda, em Luanda, e que este ano está de volta a partir de Março.
O evento vai reunir os kuduristas mais badalados, entre “caloiro”, djs e dará também oportunidade a novos talentos. Em duas horas e meia, agentes ligados ao género poderão mostrar coreografias; estrear músicas e levar o público com a melhor rima.
Diferente da primeira, segunda, terceira e quarta edições, o espectáculo deste ano, informa, a organização, terá restrições, por causa da situação do Covid-19, mas a essência continua a ser a mesma. Apenas o formato é que alterou, será digital.
O festival será transmitido através do canal Vida TV e pretende juntar o maior número de kusuristas possível, incluindo as novas tendências, pois, sabe-se que, há um tempo a essa parte, o género é suportado por uma corrente de versões de Afro House.