A mais recente música do rapper intitula-se Vidas Humanas Importam. Encontra-se disponível desde terça-feira nas plataformas digiais e tem como mensagem principal “o elevar da dignidade da pessoa humana”.
Além da direcção vocal, musical e arranjos, Daniel Nascimento também contribuiu para a composição da letra, que traz participações de Telma Lee e Carla Moreno e pretende promover o respeito pelos direitos humanos, o proteger do bem vida e condenar, nesta fase pandémica, as mortes que têm estado a acontecer no país, sobretudo a situação em Cafunfo, a morte de Inocêncio de Matos e a do médico Sílvio Dala.
Em entrevista à DW, MCK realça que a referida música é um reflexo sobre a violência institucional e sobre a promoção da impunidade que se tem instalado no contexto angolano.
“É uma música que reflecte a urgente necessidade de valorização do bem jurídico mais importante, que é o bem vida. Angola é signatária de vários documentos internacionais, com maior destaque para a Carta Internacional dos Direitos Humanos. Temos estado a assistir desde o ano passado, desde o início da fase pandémica e com o agravar da situação económica e social, à desvalorização deste bem vida, com uma agressão institucional da parte do Estado e a promoção da impunidade por dirigentes ou pessoas ligadas ao Estado, como aconteceu agora com a situação de Cafunfo, que é uma situação reiterada há muitos anos”, disse.
Katrogi considera lamentável o silêncio do Presidente da República sobre a situação de Cafunfo, e criticou, por outro lado, o discurso do ministro do Interior e do Comandante-Geral da Polícia Pacional, após o incidente do passado dia 30, na Lunda Norte.
“Com esta situação em concreto, acho que o silêncio do presidente promove a impunidade. O nosso presidente é muito actuante nas redes sociais comparando ao anterior e julgo que numa situação dessas a voz de comando do Presidente da República como mais alto mandatário do país faria todo o sentido”, entende.