É certo de que entender e fundamentalmente interpretar as Razões e Rimas de uma obra poética afigura-se como tarefa hercúlea e muitas vezes ingrata para não dizermos frustrante em certas ocasiões pelo facto de se poder dizer algo que em certa medida pode desvirtuar a matriz do pensamento do autor. Mas de um modo geral arriscamos em afirmar que a obra em pauta `O Ermo´ centra-se na perspectiva ético-atropológico-racional. É no homem, nos seus valores e na racionalidade deste ou melhor, na consciencialização que Flagelo Urbano faz desembocar as suas temáticas não obstante evidenciar uma certa descrença em face da elevada passividade do homem angolano e, Flagelo em relação a estes aspectos, é extremamente crítico sentenciando a incapacidade do sujeito humano que abdica pôr ao serviço do seu bem-estar e da comunidade a razão. Mas explicita ou implicitamente o homem, os valores e a racionalidade são os três eixos fundentes que sustentam a obra tal como podemos ver na abstracção por nós empreendida.

GRIOTES
Talvez seja esta a razão por que a faixa “Griotes” encabeça o posicionamento da chamada “track list”. Griotes faz-nos recuar no passado memorável não com intenção de nos agarrarmos a ele, mas sobretudo tirar valiosas lições e lembrar que como povo já éramos felizes, já nos comunicávamos, tínhamos sentimento, sabíamos o que significava respeito diferente de submissão. O teor da música em análise, coloca em cheque a presente geração que só tem presente já que prever o futuro considerando este presente como base, será trágico se tivermos em conta a valorização da “má vida” como valor apreciável. Sambala, pretende nos mostrar o marco em que como povo nos perdemos, poeticamente Flagelo Urbano quer dizer-nos que a partir do momento em que nos convencemos de que as tradições africanas são arcaicas e interiorizamos os valores hodiernos (mormente ocidentais), nos divorciamos com o passado e consequentemente perdemos elementos históricos como povo. O autor não concorda, porém que a ausência de literatura signifique ou indicie falta de conhecimento ou valores, caso tal posição fosse verídica, com abundância de livros a África seria mais humana e mais culta. O jovem por estabelecer uma rutura com o passado, em pleno século XXI, flutua no oceano da incerteza porque ao negar o seu passado e abraçar os padrões comportamentais ocidentais, ainda assim não lhe faz ocidental.
O ERMO
A chave para o entendimento da segunda faixa, o Ermo (música que dá título ao álbum) acha-se ao responder a indagação, “O porque da solidão (Ermo)? o amor massificado nos nossos dias se fosse verdadeiro, ajudaria o homem a sair do estado de menoridade, o autor desmascara este amor vulgarizado em todas esquinas, cujo epicentro da diabolização do mesmo encontramos nas redes sociais. Flagelo traz elementos suficientes para fazer-nos perceber que vivemos uma crise sentimental, crise de afecto ou por assim dizer crise do amor. Quando o sentimento não é verdadeiro, ganha-se uma sociedade falsa porque ergue-se nos meandros da mentira e da matança. Com a crise do sentimento, a assistisse por hoje a exploração dos fracos e a banalização do sexo (principalmente quando se usa como moeda de troca). Flagelo alerta ainda a mercantilização dos propósitos bíblicos fazendo com que o paraíso seja um projecto a longo prazo porquanto as pessoas preocupam-se em comprar os sonhos vendidos à porta da igreja, com a crise do sentimento, Deus está materializado, Deus passou a ser aquele ente que tem a obrigação solucionar os problemas imediatos. Em suma, Flagelo estende a reflexão da crise as relações de alteridade porque as pessoas mesmo partilhando o mesmo corredor, a mesma rua, por aí em diante, não se cruzam no seu mais intimo sentimento de humanidade, as pessoas valem-se pelo que representam e não pelo que são, razão pela qual Flagelo propõe um retiro para as montanhas, este retiro nada mais que um dialogo que cada um deve levar acabo consigo mesmo antes que caiamos no vazio existencial.
ESCRITORES
DA LIBERDADE
É
um reviver de um intenso debate travado em torno da nulidade da racionalidade
africana que implicou exigências e contra exigências. De recordar, Kant chegou a
afirmar que não passávamos de povo decadente posteriormente Hegel afunda a
consciência colectiva africana ao afirmar que o povo africano não tinha
história em virtude de não existir vestígios de manifestação da razão tornando
assim racional tudo aquilo que é real e vice-versa. Flagelo reafirma a
existência da racionalidade deste povo e que o progresso do continente africano
é uma possibilidade porquanto isso depende exclusivamente deste povo por não
ser um subgrupo. Se por um lado existe esta possibilidade da realização pelo
facto da própria natureza ser humana
para todos, o autor faz-nos perceber que existe em África um punhado de
líderes que pugnam pelos seus próprios apetites – tal como veremos na análise
da última faixa – os líderes alteram as constituições, e enraízam a corrupção,
o nepotismo, o amiguismo, o tribalismo, regionalismo e demais práticas nocivas
comprometendo o processo do continente berço da humanidade, e mais, tais líderes traem o nobre sonho dos
progenitores do movimento de negritude, pan africanistas e todos aqueles que
deram o seu sangue sem pensar nas contas bancárias.
REBELIÃO ANTROPOLÓGICAApresenta-se como necessidade porque o povo ainda caminha em érebo sem ter consciência disso. Sambala posiciona-se como professor que procura elucidar o que significa realmente sistema e como funciona. Nas entrelinhas do texto, existe a ideia de que enquanto povo, habitamos numa sociedade fictícia, porém na sociedade real (arquitectada pelo regime) os detractores do povo são sujeitos e as massas são objectos que o regime pretende moldar para que estes satisfaçam as vontades das políticas plásticas despidas de realismo e humanidade. O regime cria o problema social e resolve-o através da intervenção das ditas ONG´s dando a ideia de que o Executivo se preocupa com o povo. Como saída do estado de massa para consciência, Flagelo propõe a rebelião, entendida como consciencialização, como tomada de consciência e fazer as coisas com justificativa lógica e não com surpresas contingentes. Rebelião não entendida como empunhar armas, mas como despertar do sono profundo. A rebelião antropológico posta nos termos que frisamos, visa resgatar ou adquirir (já que muitos vivem sem nunca ter consciência da sua dignidade), as pessoas têm de sentir onde dói para posteriormente reagir, para deixarem de ser jumento do sistema e que não continuem a aceitar o roubo, a violência policial, a mentira e outras endemia como valores apreciáveis. Um dos atalhos da efectivação da rebelião antropológica é saber votar. Sambala deixa claro que os que não fizerem recurso à razão certamente cairão nas malhas do sistema porque não podemos continuar a ser alvos de treino e agirmos mediante fórmula do regime, todos nós podemos ser nobres para isso basta que comecemos a questionar tudo.
GIGANTES DE PAPEL
A reflexão que Flagelo nos oferece é clara e presente e que se faz obrigatória para todos os Mc´s. Sambala detona o comportamento dos oportunistas que fazem do hip hop e essencialmente do rap um meio para a obtenção de bens materiais ou notoriedade para apossarem-se daquelas mulheres que perderam a oportunidade de preservar o puder. Flagelo Urbano faz-nos compreender que tem havido equívocos, no princípio todos são os autênticos, os contestatários do regime, todos decidem morrer pelo rap sobretudo pelo que defendem, mas como sabemos, o tempo é um grande mestre dá ou retira-nos a razão. Aqueles que se comprometem com o rap underground como corrente de eleição sem que tenham noção das consequências que podem advir, no primeiro susto abandonarão as ideias apregoados como verdadeiros. Um rapper comercial é homem viajado não para filosofar, mas para escapar das suas próprias frustrações e fraquezas. Quem escolhe ser fútil nos seus textos, se é suficientemente educado, ignora essa educação. Ninguém é livre de ofender a sociedade, ninguém tem o direito de atrasar a consciência dum povo, porém, o rap comercial, é em si um erro e as pessoas que o escolhem são indispostas ao engajamento ontológico, procuram aplacar a falta de brilho intelectual e moral “nessas coisas”. Gigantes de papel, é uma condenação a todos aqueles influenciam negativamente os adolescentes comprometendo assim o futuro não só do rap, mas do país em si.
SILABA SILENCIOSA
Em virtude das frustrações, o poeta vê no silêncio a saída. Entende ele que quando se é ingénuo por mais que fujamos da morte, da dor, ou ainda da fome, essa não seria a solução. A contemplação é uma posição que o autor adopta ao longo da obra, mas é possível depreender nessa posição duas intenções. Uma de quem entende que uns sofrem porque se orgulham da sua ignorância, mesmo sofrendo das mais pesadas humilhações ainda assim preferem agradecer a Deus em virtude de terem um governante enviado pelo todo-poderoso, Deus. Chegando a acreditar que as dificuldades por que passam, têm que ver com a vontade do soberano e que faz todo sentido conquanto Ele fez ricos e pobres, a outra, o autor assume, a identidade do povo, ele é o povo que sofre, ele é o pobre com calções rotos nas nádegas e descalço, cujo objectivo é difundir o desânimo entre os sem vez nem voz para que estes experimentem sair da caverna tal como Platão ensinara a humanidade. Os sem vez nem voz precisam saber que existe uma linha que separa o asfalto (cidade) e os musseques e devem compreender que têm os mesmos direitos e nunca podem aceitar que ao ver a lâmpada castamente apagada, a água que não jorrar na sua torneira é normal tal como nem nunca pensar que “ser vizinho da escola” e o filho não poder estudar nela porque falta cédula, isso é anormal. Flagelo apela a reflexão para que possamos atingir o almejado progresso.
CONTRA – CAPA
Não passa dum prolongamento da faixa anterior, nesta mesma composição, Brigadeiro Matafrakuxz e Sambala “colocam” o dedo à ferida e demonstram que as assimetrias são a verdadeira imagem deste país, o povo vive extasiado e já não sabe quando se trata de obrigações do Executivo e quando se trata de favores. Certamente as crianças dos “asfaltos” não morrem na mesma proporção por malária tal como as crianças das barrocas facilmente são forçadas a falecerem (talvez seja para ajudar a pagar a dívida externa). Os intervenientes nesta faixa passaram ideia segundo a qual, a situação social por que o povo passa é arquitectada.
FLAGELADOS DO VENTO SANTO II
Proclamar a independência e treinar fiscais para constantemente bater nas zungueiras, pode ser alguma coisa para o sistema, mas não tem nada de humanismo. Flagelo denuncia as práticas hedionda de um Estado que diz ter consciência da importância da vida humana. É notória a ideia segundo a qual as zungueiras são consequência da crise do sistema político do país, ironicamente, o autor encoraja as zungueiras a prosseguirem com as suas actividades, não como forma de desacato e enfrentamento ao regime sanguinário, fá-lo por compreender que esta é a única forma digna de subsistência dos autóctones enquanto se assiste à pessoas vindas de longe e, por orientação do regime a saquearem os recursos, mas a impertinência dos fiscais é tão assustadora que muitas vezes nos questionamos se os fiscais podem reclamar a condição de humanos.
PLANO ALTO
Um relato de saudade ou melhor, expectativas defraudas. Flagelo, como muitos angolanos foi forçado a deixar a sua querida terra em virtude da evitável guerra fratricida que enriqueceu muitos e que levou tudo de outros. Flagelo deixa a província do Huambo tendo gravado na mente a riqueza antropológica e arquitectónica da cidade. A Nova Lisboa (actual Huambo) era tudo que o rapper tinha, depois das hostilidades, ao rever a província encontro-a profanada pelos oportunistas esvaziando assim a beleza interior dos seus habitantes para não falar da descaracterização urbanística da cidade em si.
AINDA TE PROCURO
Certamente poucos sabiam que Flagelo Urbano na música “Ainda te Procuro” homenageia sua irmã que faleceu a cerca de seis anos atrás. Talvez não queria vulgarizar a memória da falecida irmã e então poetizou fazendo com que aqueles que entenderam a essência da temática ouvissem a música sem que se sintam consternados com a narração. A imagem acústica por nós captada é mais como mulher que apesar de partir sedo deixou-se revelar pelo seu bom tacto como pessoa e como mulher. Sabemos, porém, que a morte é uma certeza absoluta, a morte é o próximo passo lamentavelmente quando ela chega nós já não existimos. Todos seres vivos, necessariamente terão de experimentar a morte.
SAÍDA FUGAZ
Traz à tona a frustração de quem ainda não resolveu os problemas básicos e desnecessários. Quando concluímos que depois de conhecermos o homem, mais vale conviver com os animais ou ter mais apresso aos animais, a expressa preposição resulta de uma inferência isto é, depois de compreender o homem percebe-se de que quando o homem não usa a razão é dos mais temíveis seres que se pode conhecer. Em certa medida, nesta composição, Flagelo lança a ideia cujo entendimento nos pode levar a uma batalha perdida, sem, no entanto, ser pessimista, chega-se a esta conclusão porque percebe-se de que o homem perdeu a sensibilidade e instituiu-se a cultura da morte, da brutalidade, da injustiça, da bajulação e outros contravalores cultivados com dedicação e vistos como bons valores. Envelheceram-se todas as esperanças; as pessoas perderam o gosto de sonhar e vivem apenas pelo hoje.
ILUMINISMO
Presentemente vivemos a geração kudurista, os que seriam instruídos, são os doutrinários do nosso país, todos aplaudem tudo quanto falam e fazem. Flagelo quer aqui nos mostrar que chegamos a era de premiar a não-razão, ou melhor, premiar os que defendem a liberdade do “não-pensamento”, o direito a futilidade. Flagelo retoma as teses de Ortega que antevia este momento pesaroso, o momento do triunfo da banalidade antes à razão. Se a razão é mais letal que 2000 tangues, a liberdade de reflexão que Flagelo nos oferece é: a “futilização” do país é pensada, basta ver como as pessoas acorrem e enchem os shows dos “génios” da música angolana. As pessoas estão inocentemente vacinadas e agem como o sistema quer a acreditar que o criticável, é o que realiza a pessoa humana e, o que é mais grave, é o facto de cunhados académicos estarem por de trás de planos de atraso mental e assinados de pessoas que demonstram saberem o que falam.
TABU
Todos gostávamos que Da Bullz estivesse entre nós, porém precisamos compreender que essa é a dialéctica da vida. Falar dos problemas que nos afligem é como nos colocarmos na lista negra, relatar os males abomináveis do regime é um tabu, razão pela qual Flagelo adopta uma postura irónica “vestindo” mais uma vez a capa de cada um dos angolanos que não entende como uns são bem mais sucedidos que outros. A necessidade do poeta de querer ser angolano mesmo sendo já angolano, é uma abstracção dos factos que ocorrem em Angola e que denota haver uma péssima distribuição da “res pública”. É necessário que todos falemos de tudo que nos aflige sem que sejamos necessariamente alimentos para jacarés, sem que nos chamem de frustrados sem sucesso profissional ou ainda sem que nos acusem de arruaceiros e golpistas.
DEMO SEM CRACIA
É uma temática que atinge profundamente a estrutura do regime, nesta abordagem dada a necessidade de partilhar a verdade, Flagelo Urbano deixa o país com “pouca roupa” a nadar na praia cuja água é suja e repleta de bactérias, o rapper teve coragem suficiente em deixar claro que o país caminha sob signo da corrupção cujas bases que sustentam as instituições gotejam sangue dos nossos irmãos. A táctica da adulação é hoje uma verdade para poder-se atingir os lugares cimeiros. Fica ainda clara a ideia de que não adianta alimentar esperança porque o que se ensina nas escolas, nas igrejas, nas famílias, no parlamento, nos tribunais enfim, é mentira e improviso. Na concepção de Flagelo, estamos reduzidos a miserabilidade e para sejamos pó, falta apenas a privatização do ar que cada um de nós respira (pelo menos ainda não encontraram a fórmula) porque uma das coisas valiosas que o homem angolano tinha, no caso a terra, o “papai” deu de presente aos intocáveis filhos. O rapper traça um quadro sombrio a nível das liberdades, ou seja, talvez um dia seremos um povo livre, mas agora somos reféns do regime sanguinário.
O BETÃO
A distracção das massas dá a ideia, na perspectiva de Sambala que gostam disso, que erram por gosto e esta postura de acentuado desleixo não o agrada, Flagelo deixou patente que detesta todos aqueles que se animam com a falta de conhecimento Edu Zp, uma das poucas pessoas que o critica “na cara” pensa que Flagelo tem ideias fixas e que o certo é o que vem de si. A tertúlia entre ambos revela-se inconclusiva porque não houve cedências não obstante Sambala reconhecer que ninguém detém o monopólio da verdade, mas durante a conversa revela sentir dificuldades em aceitar os pontos de vista do Edu Zp que fazia uma análise amadurecida ao longo do tempo de convivência, ainda assim Sambala nega a mudança de perspectiva ou pelo menos admitir que depois fosse pensar. Se o objectivo instrutivo, o que tem que ver com a passagem do conhecimento, foi atingido, já não podemos falar o mesmo em relação ao objectivo educativo, este não foi alcançado porque acreditamos que este debate serviria de mudança de consciência de certas pessoas que alimentam as mesmas convicções.
FORÇA CÓSMICA
Se
MCK pediu Jesus Cristo que voltasse já, Sambala pede a força cósmica que
intervenha (no fundo dá no mesmo), se na faixa número três admitimos que o
progresso D´africa dependia do próprio povo africano por entendermos que este
não é um subgrupo que ostenta a deficiência da racionalidade, ainda assim,
admitimos que existia um grupo de líderes africanos que desejam passar a vida
no poder. E então, Flagelo Urbano solidifica a nossa compreender e demonstra a falta
de sensibilidade de muitos políticos africanos atestando uma alta obsessão pelo
poder, alimentam uma ardente ânsia pela obtenção do sagrado poder, ideia que
nos faz lembrar o “sobismo” – adquirir o poder e morrer no poder – em
consequência disso faz-se guerra em relação aqueles que ambicionam o mesmo. É
patente no texto o relato que Sambala nos oferece no que toca ao desrespeito que
os dirigentes demonstram em face da constituição, quem está no poder, altera-a
a seu favor. Em África a carta magna é o documento mais vulnerável porque isso
permite saciar os insatisfeitos apetites. As constituições apregoam democracia
e tais disposições são esforçadas a sustentar o insustentável. As forças da
ordem instituíram a culta do medo isso em função da conduta assassina que desenvolvem
a luz do dia. A média africana é endémica em semear maldades a imagem da
governação razão pela qual Sambala sublinha descrença do povo em relação as
instituições porque este é valorizado apenas um dia, o dia do voto (o povo não
de objectos votantes), quando este dia passa, são votados ao esquecimento.
Bebe-se assustadoramente e dança-se apaixonadamente e lamentavelmente pensa-se
muito menos, então talvez a solução seja a intervenção de uma força
sobrenatural, ou seja, força cósmica.
Tal como frisamos na guisa introdutória, uma obra poética nos oferece sempre diferentes panoramas, ou melhor, a interpretação de uma obra poética nos remetes a uma perspectiva prismática, não se esgota uma obra poética na primeira interpretação, a arte, é bela por esta razão, as diferentes interpretações dão origem à novas obras, com isso queremos dizer que as intervenções que surgiram do Ermo contribuirão na elevação da consciência do nosso povo. Para isso estamos todos gratos pelo facto de fazermos passar as nossas aspirações por intermédio da música rap.